Dia Mundial de Conscientização da Doença de Alzheimer

O dia 21 de setembro foi escolhido pela Associação Internacional do Alzheimer como Dia Mundial de Conscientização da Doença de Alzheimer para fortalecer a divulgação de informações sobre os principais sintomas, formas de tratamento e aconselhamento para os familiares dos pacientes.

No Brasil, o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer foi instituído por lei em 2008 com o objetivo de esclarecer a população brasileira sobre a importância da participação de familiares e amigos nos cuidados dados aos doentes.

A Doença de Alzheimer (DA) atinge o cérebro (mais diretamente o córtex cerebral), é crônica e progride ao longo dos anos. Em geral, a dificuldade em recordar fatos recentes é a manifestação mais comum e o principal motivo para procurar ajuda médica. Existem outras manifestações que, apesar de menos frequentes, são tão importantes para o diagnóstico quanto a alteração de memória citada a pouco. Alterações cognitivas como: dificuldade para nomear os objetos, para compreender um comando verbal, alterações bizarras de comportamento, interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos… são alguns exemplos de como detectar a doença. Há, inclusive, vários estudos em andamento para desenvolver ferramentas diagnósticas para diferenciar cada uma dessas formas1.

A população acima de 65 anos de idade é a mais atingida, sendo rara em indivíduos abaixo dessa idade. Sem dúvida a idade é o principal fator de risco. Outros fatores determinantes (e modificáveis) são hipertensão arterial, obesidade, sedentarismo, diabetes, insônia e depressão2. A influência genética é responsável por um número reduzido de casos, algo próximo a 5%.

A estimativa de crescimento impressiona pela magnitude, como pode ser visto na figura abaixo.

Observem que haverá aumento pronunciado em todas as regiões do planeta. Uma verdadeira “epidemia”. Contudo, nas regiões com menores índices de desenvolvimento econômico esse crescimento chega a ser quatro vezes maior do que nas zonas mais desenvolvidas. É o que podemos observar comparando os números na América do Sul e Europa. Não seria errado afirmar, portanto, que a DA é uma doença de países pobres…

Estima-se que no Brasil existam 33 milhões de idosos (IBGE, 2019) e 2 milhões deles tem demência. A estimativa para 2050 é que tenhamos quase seis milhões (o triplo!) de brasileiros com demência, onde 70% será de Demência da Doença de Alzheimer3.

Não é por acaso que precisamos esclarecer, conversar, pesquisar, debater sobre a DA. Uma doença irreversível, modifica a rotina da família e que, ainda, não tem um tratamento curativo.

Lembre-se: quanto mais precoce é feito o diagnóstico e mais precoce se inicia o tratamento melhor será qualidade de vida do indivíduo com DA.

Referências bibliográficas:

1. Graff-Radford, J., Yong, K. X. X., Apostolova, L. G., Bouwman, F. H., Carrillo, M., Dickerson, B. C., … Murray, M. E. (2021). New insights into atypical Alzheimer’s disease in the era of biomarkers. The Lancet Neurology, 20(3), 222–234. doi:10.1016/s1474-4422(20)30440-3

2. Zhang XX, Tian Y, Wang ZT, Ma YH, Tan L, Yu JT. The Epidemiology of Alzheimer’s Disease Modifiable Risk Factors and Prevention. J Prev Alzheimers Dis. 2021;8(3):313-321. doi: 10.14283/jpad.2021.15. PMID: 34101789.

3. Alzheimer’s Disease International. World Alzheimer Report, 2010. Avaliable at: http://www.alz.com.uk/research/files/WorldAlzheimerReport2010.pdf.

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